O Microempreendedor Individual — MEI foi criado dentro do programa Simples Nacional. Para quem não conhece ou nunca ouviu falar, trata-se de um regime tributário diferenciado. Nele, pequenas e médias empresas pagam seus tributos de forma simplificada e se beneficiam de descontos em algumas alíquotas.
O MEI, em específico, é destinado para negócios ou profissionais autônomos que faturam até R$ 81 mil por ano. Com a formalização, o empreendedor se inscreve no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ, o que por si só já uma grande vantagem. Afinal, com esse número, muitas portas se abrem e oportunidades surgem, como a possibilidade de fechar parcerias comerciais sem as restrições impostas pela informalidade e contratar crédito no mercado.
Ainda existem outras vantagens e oportunidades quando você adere ao MEI. Neste artigo, vamos detalhar quais são elas. Confira!
Com o MEI, a abertura de uma pequena empresa deixou de representar um processo caro e burocrático. Prova disso é que você nem precisa sair de casa para se formalizar. Todo o procedimento pode ser feito no Portal do Empreendedor criado pelo Governo Federal. Veja o passo a passo:
Depois, é importante lembrar do prazo de 180 dias para se formalizar na Prefeitura. Essa é a única maneira de você emitir Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). O processo depende de cada município. Por isso, o caminho é se informar sobre os próximos passos. Se precisar, conte com a ajuda do Sebrae.
Agora que você entendeu como se formalizar, veja quais são as restrições para se tornar MEI. Já destacamos que o faturamento anual é limitado a R$ 81 mil. Além disso, é preciso seguir as condições abaixo:
Como você poderá conferir na resolução apresentada no item 3, 466 atividades ligadas à indústria, ao comércio e a serviços podem ser enquadradas como MEI, o que permite a diferentes tipos de negócio se formalizarem nesse regime tributário.
A obrigação de quem é MEI se resume à manutenção da regularidade fiscal de seu CNPJ. Na prática, isso significa pagar mensalmente o Documento de Arrecadação Simplificada — DAS.
O valor é diferenciado para cada categoria de atividade e muda todos os anos. A base, seguindo o salário mínimo de 2020, sempre é de R$ 52,25 devido ao INSS. No entanto, ainda há acréscimo de ICMS (R$ 1) e ISS (R$ 5). No total, os valores válidos para 2020 são:
serviços: R$ 57,25;
comércio e serviços: R$ 58,25;
indústria e comércio: R$ 53,25.
Todos esses tributos do Microempreendedor Individual estão reunidos em uma mesma guia DAS e, como é possível notar, quase a integralidade dos encargos representam contribuição previdenciária.
Isso significa que você, como titular daquele CNPJ, poderá usufruir de todos os benefícios previdenciários e trabalhistas, como qualquer outro contribuinte do INSS. Estão incluídos: aposentadoria, licença-maternidade, auxílio-doença e outros.
Ainda é necessário fazer a Declaração Anual do Simples Nacional — Microempreendedor Individual. O documento está disponível no Portal do Empreendedor e só exige colocar quanto foi recebido no ano anterior. O prazo vai até o dia 31 de maio de cada ano. Este ano, porém, com a pandemia do novo coronavírus (COVID-19), o prazo foi estendido para 30 de junho.
Algumas vantagens da formalização pelo MEI já foram citadas. Veja agora mais benefícios de optar por esse regime tributário.
O trabalho na informalidade exclui várias possibilidades de negócio. Por exemplo, é impossível emitir documentos fiscais, como a NF-e. Com o CNPJ, você pode prestar serviços para qualquer pessoa ou empresa e atingir grande parte do mercado em que atua.
Da mesma forma, tem mais facilidade na contratação de crédito no mercado. Na prática, a formalização permite obter empréstimos específicos para o MEI, que ajudam a expandir o seu negócio.
O MEI mudou o cenário dos microempresários e, especialmente, dos autônomos. Se antes o contexto que se apresentava em termos de incentivo à formalização não era nada amigável, agora é bastante simples. Até então, era preciso empenhar muitos esforços para regularizar uma empresa, com contratação de assessoria jurídica e contábil.
Com a instituição do MEI é diferente. Todo o processo de criação da pessoa jurídica pode ser feito de forma online e as obrigações fiscais estão reunidas em uma única guia de contribuição, o que facilita seu cumprimento.
O Microempreendedor Individual tem direito aos mesmos benefícios previdenciários e trabalhistas de outros contribuintes do INSS. Existem três pontos principais, segundo informado pelo próprio Portal do Empreendedor:
aposentadoria por idade: é direito da mulher aos 60 anos e do homem aos 65 anos, observada a carência, ou seja, o tempo mínimo de contribuição de 180 meses, a contar do primeiro pagamento em dia. Especificamente para esse benefício, mesmo que o segurado pare de pagar por bastante tempo, os valores nunca se perdem. Eles sempre são considerados no processo de concessão;
auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: são necessários 12 meses de contribuição, a contar do primeiro pagamento em dia. É importante saber que, em relação a esses benefícios, nos casos de acidente de qualquer natureza ou se houver acometimento de alguma das enfermidades especificadas em lei, a concessão independe de carência;
salário-maternidade: são necessários 10 meses de contribuição, a contar do primeiro pagamento em dia.
Assim, fica claro que o MEI é o regime tributário ideal para quem quer manter seus direitos. Esse é o melhor caminho para a formalização de pequenos empreendedores e autônomos que desejam potencializar o próprio negócio. Afinal, os custos envolvidos são praticamente irrisórios frente às oportunidades apresentadas.
E você, achou interessante e quer fazer a sua inscrição? Veja como abrir um MEI e saiba mais sobre os benefícios (e os deveres) da formalização.
Jorge Elias Aoni | Abr 6,2020
Muito bom esse resumo, um passo-a-passo bem simples. Parabéns!